Um blog ali ao lado

quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Para os que não costumam explorar a blogsfera, ou que até exploram mas não conhecem, eis aqui um excelente blog para se seguir. Gostam de textos engraçados, de tamanho decente e escritos por quem não tem papas na língua? Vão lá dar um saltinho. Vão lá, que eu espero.

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Então, já foram? Gostaram? Bem, caso não tenham visto tudo, eis aqui um exemplo dos textos a que me refiro. Um dos meus preferidos, uma autêntica pérola!! Enjoy.


I'm home again

domingo, 7 de agosto de 2011
Sempre fui uma miúda calma, calada, tímida. Sempre fui assim a atirar para o anti-social. Sempre adorei animais. Nunca gostei cá de beijos na cara, os meus pais ficavam frustrados sempre que me davam um beijo porque eu ia logo limpar os resíduos de baba. Sempre fui boa aluna na escola, sem necessidade de muito estudo (no básico nem estudava a ponta de um corno e tinha sempre excelentes nos testes). Sempre gostei muito de estar em casa. Sempre adorei ver TV. Mas no meio de todas estas coisas que hoje fazem de mim o que sou, há uma que também sempre esteve presente e que me marca mais do que todas as outras, ao ponto de definir o rumo que levo na vida. Cavalos.

Não me lembro quando comecei a gostar de cavalos. Acho que já nasci fascinada por eles. Adorava ver os desenhos animados do Meu Pequeno Pónei, nunca fui muito na conversa dos nenucos e das barbies, os meus brinquedos eram cavalinhos de plástico, os meus desenhos eram cavalos (sempre tive jeito para o desenho, e aperfeiçoei os cavalos de tal maneira que, quando fui para o 5º ano, na aula de EVT mandaram-nos desenhar qualquer coisa - claro que desenhei um cavalo - e o professor disse que eu desenhava cavalos melhor do que ele), e as minhas brincadeiras preferidas, quer tivesse companhia ou não, envolviam andar de gatas pela casa a fingir que era um cavalo (tinha os joelhos calejados de tanto galopar!).

Um belo dia, tinha eu 5 anitos, estava a passear com os meus pais em Chaves, e lá num jardim estavam a "vender" passeios a cavalo. Daqueles em que se mete os putos em cima da sela e os cavalos são conduzidos pela arreata, a passo, durante uns minutinhos pelo jardim. Foi a primeira vez que andei a cavalo, e foi tão mágico que ainda me lembro da roupa que usava nesse dia. Era um vestido com flores vermelhas e gola branca, feito pela minha mãe, se não estou em erro.

Os meus pais viram desde cedo a dimensão do meu amor pelos cavalos, e depois da minha primeira experiência equestre ter sido tamanho sucesso, resolveram levar-me ao picadeiro da Atalaia (Picadeiro Quinta da Horta). Ainda me lembro bem do cheiro a terra, a cavalo (btw, os cavalos não cheiram mal - pelo menos eu não acho - as vacas e os porcos é que não se pode estar ao pé deles!), e lembro-me do cavalo de volteio. Só sei que era grande, um cavalo castanho e branco (tinha mesmo manchas grandes castanhas e brancas, como um cavalo Pinto americano, mas não sei de que raça era), e chamava-se Índio. Era um belo cavalo, muito dócil e com andamentos super suaves. Lá me puseram em cima do Índio, andei a cavalo uns minutos, e depois perguntaram-me se eu queria ter lições. Não houve qualquer hesitação na minha resposta: SIM! E foi assim que, com 5 anos, comecei a montar a cavalo.

A equitação é a minha grande paixão, e no meu íntimo sempre soube disso, mas nunca me vi a trabalhar profissionalmente com cavalos. Sempre os vi como um hobby, um passatempo, algo para manter a minha sanidade mental enquanto o meu verdadeiro trabalho seria outro. Mantive-me no Picadeiro Quinta da Horta durante 10 anos, e nesses 10 anos vimos muitas vezes os preços das lições a aumentar - consequentemente, as minhas lições tinham de ser menos frequentes e, consequentemente, a minha evolução enquanto cavaleira começou a estagnar. Eu já andava muito bem a cavalo, estava a aprender alta-escola (dressage), mas a disciplina de dressage é muito exigente e requer muito treino - uma lição de 50 minutos de 15 em 15 dias não chega para evoluir. Como a equitação não era algo que eu me via a seguir profissionalmente, foi com algum pesar mas sem muita discussão que aceitei a decisão dos meus pais de parar com as lições, quando tinha 15 anos.

Fui para o ensino secundário, para o curso tecnológico de informática, a pensar que o meu caminho seria por aí, que os computadores eram o futuro, e que isso é que dava saída e dinheiro. Vi as minhas notas descer de "Excelente" para "Satisfaz Bastante" e até para "Satisfaz", mas com algum esforço consegui acabar o secundário com média 15, sem atrasar nenhum ano, e entrei para a universidade da minha escolha em Engenharia Informática. Andei 4 anos para fazer o 2º ano de um curso de 3 anos, engordei que nem uma badalhoca e sentia-me miseravelmente infeliz. Já não podia ver aquela faculdade à frente, não tinha motivação para estudar e muito menos para fazer os trabalhos, sempre que pensava no meu futuro como programadora até estremecia de horror. Percebi que tinha de sair dali.

Mudei de curso, fui para Gestão de Sistemas de Informação - um curso ainda ligado à informática, mas mais soft, mais na área da gestão, nem com um décimo da programação do curso anterior. Um curso tolerável, portanto. Acabei agora o 2º ano, sem nunca ter deixado uma disciplina em atraso, com notas decentezinhas até. Mas ... e há sempre um "mas" ... também não é isto que quero fazer da vida. Depois de ter feito a mudança de curso, tinha eu 22 anos, estava já há 6 anos sem ver um cavalo à frente. Estava ainda infeliz, e só conseguia pensar no que me faria feliz novamente: cavalos. Tinha imensas saudades de montar a cavalo! Sempre que pensava em cavalos era como se se abrisse uma barragem e as lágrimas corriam-me pela cara abaixo.

Por isso tomei uma decisão. Temos de fazer aquilo que nos faz felizes. Temos de trabalhar em algo que nos dê gosto, preferivelmente que nos dê prazer e que nos apaixone, pois dedicamo-nos muito mais e tornamo-nos melhores profissionais. Uma pessoa que não gosta do seu trabalho nunca poderá ser realmente boa naquilo que faz.

Eu queria seguir equitação, eu QUERO seguir equitação. Por isso, no primeiro ano do meu curso de Gestão de Sistemas de Informação, meti-me num desses programas de dietética com consultas periódicas com uma técnica de nutrição e emagrecimento, e perdi 25Kg. Ora toma! Ainda não estou aqui nenhuma estampa, mas também não é esse o meu objectivo.

Um pouco antes de atingir esta meta, fui com a minha mãe ao Picadeiro Quinta da Horta ver como estavam as coisas por lá. Entristeceu-me mesmo muito ver que estava tudo às moscas, tudo sujo e partido. Estavam lá cavalos, e um bando de miúdos. Estava a porta do picadeiro coberto aberta, e estava uma mulher a montar. O instrutor estava no restaurante no andar de cima, a ver a rapariga montar pela janela, enquanto bebia uma cerveja com um amigo. Essa foi uma das razões que levaram os meus pais a tirar-me de lá: pagava-se um balúrdio mas não era para ter aulas, era para alugar um cavalo durante 50 minutos enquanto o instrutor está quieto no seu canto sem nos dirigir a palavra, e era quando lá estava - muitas vezes estava como o vi neste último dia, a ver as coisas pela janela do restaurante enquanto bebe uma cerveja com um amigo qualquer. À entrada do interior do edifício está um quadro de cortiça com anúncios e outros papéis lá espetados. Estava lá uma tabela de preços que dizia que, para comprar um cartão com 8 aulas ao nível que eu tinha, tinha de arrotar logo com 150€. Virámos costas e, pesarosamente, fomos embora.

Eu já estava novamente a ver a vida a andar para trás, quando a minha mãe se lembrou de ir espreitar o picadeiro da Moita. Pelos vistos ela tinha conhecido alguém que tinha lá tido lições, e que era muitíssimo mais barato que na Atalaia, com a desvantagem de não ter picadeiro coberto (ou seja, quando chove não há equitação para ninguém). Lá fomos então ver aquilo.

Custou a encontrar, fica num sítio um pouco escondido, mas lá demos com o sítio. As instalações não foram feitas para impressionar ninguém, mas gostei muito do ambiente descontraído que levam. É tudo feito em família, é uma autêntica quintinha. Quando lá entramos somos logo "cumprimentados" pelos cães (simpáticos, mas há lá um pincher muito catita, o Zé, que gosta de refilar e não deixa que desconhecidos lhe mexam), e começamos logo a ouvir o cacarejar das galinhas e o grasnar dos patos e dos gansos, galos a cantar, gatinhos a miar pelas mães, e muitos passarinhos que vivem lá nas árvores.

Falámos com o dono do picadeiro e perguntámos como é que a coisa funcionava ali, e quanto custavam as lições. Ele começou logo por dizer que aquilo que ele faz ali, faz com gosto, tem cavalos porque gosta, e por isso não está interessado em explorar as pessoas. Avisou logo que lá não há mordomias para ninguém. Enquanto no Picadeiro Quinta da Horta temos hora marcada e, quando lá chegamos, está o cavalo selado e pronto à espera que a gente lhe ponha o cu em cima, ali no Miroásis nós é que temos de fazer tudo: ir buscar o cavalo, tirar-lhe o pó, escová-lo, pôr-lhe a sela, a cabeçada, e depois de montar nós é que temos de tirar novamente os arreios, dar banho ao cavalo, pô-lo lá no sítio dele, e arrumar os arreios todos no sítio deles. Ali aprendemos de facto a estar com os cavalos, a tratar deles e dos arreios, porque a equitação não se resume ao acto de montar. Para quem gosta de cavalos, isto é óptimo, porque quanto mais tempo passarmos com eles, melhor. A grande vantagem do picadeiro da Moita, para contrabalançar a desvantagem de não ter picadeiro coberto para quando chove, é o facto de as pessoas que já andam bem a cavalo e são capazes de o dominar poderem sair à rua e passear no campo! No picadeiro da Atalaia nunca ninguém saía, nem para o picadeiro ao ar livre! Em cima disto, na Moita, um cartão de 8 lições custa 50€ - um terço do preço do cartão na Atalaia.

Por isso ficou então apalavrado que quando eu acabasse a perda de peso ia para lá ter lições.

Dito e feito. Em início de Fevereiro de 2011 fui lá ter a minha primeira lição em mais de 8 anos! Montei a Serena, uma éguinha bestial, muito mansa e com uma grande pedalada! Só que os cavalos são muito sensíveis, e muitíssimo espertos. Na Atalaia, eu estava habituada a montar de esporins (e logo uns esporins compridos e com roseta, para maior sensibilidade no contacto da perna com o cavalo - e antes que venham para aqui dizer-me que os esporins só fazem mal, enganam-se, porque os esporins bem usados são menos nocivos para o cavalo do que a bota sem nada, já que com a bota temos de dar pancadas na barriga do cavalo para sinalizar que queremos que ele ande, e com o esporim basta encostar gentilmente a perna à barriga do cavalo), e por isso usei-os logo nessa primeira lição no picadeiro da Moita. Ora, mal sabia eu que a Serena é uma éguinha com muita vontade de andar, que com um estalinho da língua arranca logo a toda a velocidade, sem qualquer acção das pernas! O meu corpo já não conhecia a sela, sentia-me desengonçada e, apesar de ter tudo bem presente na cabeça, não me sentia bem a dar as ajudas. Mas como valente que sou, andei sem medo e até me pus a galopar. Mas como a Serena gosta muito de carregar no pedal, e como viu que eu ainda estava verde após o meu regresso ao mundo equestre, começou para ali toda acelerada a galope, e eu um bocado atrapalhada, quis segurar-me bem. Quando se monta a cavalo, o que nos apoia são as pernas, por isso fiz pressão com os joelhos para fechar as pernas, e encostei a barriga da perna à barriga da égua, para me apoiar melhor. Ora... esporins compridos... perna encostada à égua... foi a pior coisa que podia ter feito. Ela dá um puxão às rédeas com a cabeça para baixo, e eu dou uma cambalhota para a frente e bato com os costados no chão com uma pinta do caraças! Fiquei logo mais humilde!!!

Voltei para cima dela, sem medo mas com mais cuidado, e andei mais um bocado antes de acabar a lição. Os esporins passaram a ficar em casa, e passei a ir duas vezes por semana montar a Serena lá ao picadeiro. Começámos a entender-nos muito bem, o jeito que eu tinha para montar voltou, e comecei a ouvir elogios sobre a forma como eu dominava a égua.

Mas eu, no picadeiro da Atalaia, nunca tinha montado éguas. E sempre montei cavalos que mantinham uma certa postura quando montados... mantinham-se colocados, com a cabeça bem posicionada e o pescoço encaracolado. As éguas no picadeiro da Moita sempre foram mais usadas para as aulas dos miúdos, a Serena incluída, e não existe a preocupação de colocar os cavalos, por isso, regra geral, elas andam com o pescoço todo estendido, à moda "Western", coisa que sempre me fez um bocado de impressão. Por isso desde que fui para o picadeiro da Moita que sempre tive os meus olhinhos postos no Sumo, um cavalo lusitano com um lindo pescoço arqueado! Para aí depois de um mês a montar a Serena, lá comecei a montar o Sumo, e desde aí tem sido sempre a evoluir. O Sr. Mira (dono do picadeiro da Moita) diz que eu sou a pessoa que melhor monta a Serena lá no picadeiro, e gosta muito de me usar como exemplo quando está a dar aulas a outros miúdos se eu estiver a montar ao mesmo tempo. Passei a ser da casa, vou para lá passar os dias e ajudo a dar as aulas e a tratar dos cavalos, os cães dão-se bem comigo (sim, até o Zé refilão gosta de vir para o meu colo dar-me lambidelas nas orelhas), monto todos os dias (ou na grande maioria dos dias) por conta do trabalho que por lá faço (que, para mim, não é trabalho, é um prazer!) e deixei de pagar cartão. Monto cavalos mais desafiantes, e ajudei a afinar um cavalo que, há uns tempos atrás, era um brutamontes: o Temido.

A dona dele, a Érica, quando viu que eu montava bem a cavalo, pediu-me para o montar durante a semana, já que ela só podia ir lá aos fins de semana e o cavalo estava a precisar de ser trabalhado. Quando o comecei a montar ele já estava muito melhor do que era há 2 ou 3 anos, mas ainda era um cavalo bastante difícil de dominar. Mas lá me consegui entender com ele, comecei a trabalhá-lo regularmente, e quando a Érica o montava ajudava-a dando conselhos, alterei-lhe um pouco a forma de montar, e ela própria está muito satisfeita com os resultados. É boa cavaleira e trata muito bem o cavalo, mas tanto o queria mimar que o deixava fazer o que queria, e ele estava com falta de educação e respeito pelo que o cavaleiro lhe queria transmitir. Mas agora isso acabou, e o Temido está simplesmente um sonho. Graças ao trabalho que eu e a Érica temos feito, ele está muito mais calmo e bem posicionado, respeita o cavaleiro e já não faz simplesmente o que quer, quando quer e onde quer. Há que ter educação!

Mas lá na Moita a minha experiência equestre não se resume a montar. Não, agora também conduzo charretes!! O meu amigo Salir é um lindo cavalo lazão, muito manso e pachorrento, mas com uma força do outro mundo! Dou-me bem com o dono dele, o Dr. Luís, e quando saímos em passeio na charrete ele deixa-me conduzir - ao que parece sou uma excelente condutora!

E é isto a minha vida: agora que estou de férias, vou para o picadeiro todos os dias sem excepção, de manhã e de tarde, e é lá que me sinto bem! Eventualmente, deverei tentar alistar-me no regimento de cavalaria da GNR, talvez no próximo ano ou isso. Não posso demorar-me muito, porque há limite de idade, mas em Portugal é a opção mais segura de ter uma carreira no mundo equestre com ordenado garantido ao fim do mês. E pronto, sinto que a minha vida tem novamente um rumo! Estou finalmente feliz!


Eu e o Sumo num dos já bastantes passeios com a Érica e o Temido (foto tirada pela Érica, claro!)
:)


Pânico!!

Sou uma jovem de 24 anos. Não tenho idade para ter cabelos brancos... pois não?

MAS TENHO!! Às dezenas!!!

O meu cabelo não tem tintas, sempre usei a minha cor natural, até porque aliso o cabelo e convém tê-lo o menos estragado possível, e eu não queria mesmo nada começar a estraçalhar o meu cabelo com mais químicos do que o estritamente necessário!

Mas tenho cabelos brancos :|

E são cada vez mais... brilhantes que só eles, se não temos cuidado até ofusca! Não quero ter cabelos brancos antes dos 30/35 :(

Raios partam os meus genes!! Obrigada, pai! >.<